22/06/2011

A Escolha dos Condenados

Os dois prisioneiros foram escoltados até um estranho e luxuoso salão, onde diversas portas aguardavam fechadas. O rei e seus súditos esperavam com ansiedade, enquanto eram servidos de vinhos exóticos. A cada um dos cativos, eram concedidos os seguintes direitos: fazer uma pergunta ao oráculo, que teria que dizer a verdade, e escolher uma das portas, onde suas sentenças de morte seriam executadas de imediato.

- Qual das passagens me trará menor dor? – questionou um dos condenados, sob murmúrios de aprovação da platéia. O velho posicionado sobre um tablado apontou:
- A terceira.

O preso respirou fundo e puxou o trinco, apenas para ser carbonizado pelas chamas que saíram lá de dentro. Gritou e caiu no piso de mármore, contorcendo-se com agonia atroz e abrasadora. O fogo se apagou e ele ficou lá deitado, gemendo como um cão recém-nascido. Levou vários minutos para morrer.

- Desgraçado, porque você mentiu?! – perguntou o outro condenado, com revolta.
- Não menti – disse calmamente o oráculo, provocando uma palidez extrema no rosto do cativo. – Agora escolha sua porta.

Um comentário:

  1. Gostei da história, dá um ar de mistério e terror, se a punição pelo fogo era a menos dolorosa, nem quero imaginar o que havia nas outras portas.

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